Covid e dengue: internações aumentam em 71% dos hospitais de SP

Pesquisa com 92 hospitais privados pesquisados no estado de São Paulo, aponta crescimento de internações por covid e dengue, após o carnaval 

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Pesquisa inédita do SindHosp – Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo aponta crescimento de 71% nas internações por covid e dengue após o Carnaval. Houve também aumento em 82% dos hospitais de casos de suspeita das duas doenças nos pronto atendimentos e serviços de urgência nos últimos 15 dias.  Na pesquisa anterior, 80% dos hospitais registravam aumento de internações apenas por dengue.

O levantamento foi realizado no período de 29 de fevereiro a 10 de março, com 92 hospitais privados paulistas, sendo 64% da capital e 36% do interior. A nova pesquisa foi feita exatamente 30 dias após a anterior, realizada no período de 29 de janeiro a 7 de fevereiro, e que apontava apenas aumento da dengue. Casos de covid eram raros.

Segundo o médico Francisco Balestrin, presidente do SindHosp e da Fehosep, a pesquisa apresenta uma curva ascendente para casos suspeitos ou confirmados de covid e dengue nos últimos 15 dias.

“Provavelmente, o resultado pode ter influência do período de carnaval, que permitiu grandes aglomerações e as altas temperaturas do verão que facilitam a propagação do mosquito da dengue em água parada. Importante comparar as duas pesquisas e verificar que há 30 dias, apenas a dengue aparecia nos hospitais. Os índices de covid estavam discretos”, avalia.

Nos pronto atendimentos ou serviços de urgência, 82% dos hospitais apontam aumento de pacientes com suspeita de dengue e covid enquanto na pesquisa anterior, há 30 dias, eram 48% dos hospitais que informavam aumento de dengue e covid.

Não houve quase alteração no registro do aumento de casos de suspeita de dengue: na atual pesquisa, 30% dos hospitais indicam aumento de 31% a 50% nos casos de dengue enquanto na pesquisa anterior eram 27% dos hospitais que informavam aumento de casos suspeitos de dengue no patamar de 31% a 50%.

O quadro se altera quando se pergunta sobre casos suspeitos de covid nos serviços de urgência. 32% dos hospitais registram aumento desses casos no patamar de 6% a 10% enquanto 25% informam aumento de 11% a 20%.

Na pesquisa feita há 30 dias, 34% dos hospitais relatavam aumento de 6% a 10% de casos suspeitos de covid e 2% dos serviços de saúde relatavam crescimento de 11% a 20%.

Também houve aumento de internações por covid e dengue em 71% dos hospitais paulistas. Na pesquisa anterior, 80% dos hospitais registravam aumento de internações apenas por dengue.

Maioria dos pacientes fica internada por 4 dias

Perguntados sobre internações em leitos clínicos, 60% dos hospitais registram aumento de até 5% nas internações por covid e 26% relatam aumento de 6% a 10%. Já a pesquisa anterior, registrava que 100% dos hospitais tinham até 5% de aumento nesse tipo de internação.

Já o tempo médio de internação nos casos de dengue é de até 4 dias para 70% dos hospitais e foi de 4 dias na pesquisa anterior para 43% dos hospitais.

Para covid, 82% dos hospitais relatam tempo médio de internação de 4 dias e 18% informam tempo médio de 5 a 10 dias. Na pesquisa feita há 30 dias, 16% dos hospitais relatavam 4 dias como o tempo médio de internação enquanto 84% indicavam de 5 a 10 dias.

A faixa etária predominante para pacientes com covid é de 30 a 50 anos para 67% dos hospitais, sendo mantido esse patamar na pesquisa anterior, que relatava que 68% dos hospitais indicam faixa etária de 30 a 50 anos predominante para covid.

Já para dengue 72% dos hospitais confirmam a faixa etária predominante de 30 a 50 anos na pesquisa atual, o que se manteve na pesquisa anterior.

SindHosp lança livro sobre a trajetória da covid nos hospitais 

O livro “Vírus Mortal: Os hospitais privados paulistas, o SindHosp e a pandemia da covid-19” será lançado no dia 18 de março, às 19h, no Salão Nobre da Câmara dos Vereadores, ocasião em que o Sindicato será homenageado pelos seus 85 anos. O livro traça um raio X da pandemia no Estado de São Paulo e relata e trajetória e as iniciativas do SindHosp, incluindo as 30 pesquisas realizadas no período de 2020 a 2022.

Segundo o médico Francisco Balestrin, presidente do SindHosp e da Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Fehoesp), o Sindicato assumiu o papel de entidade cidadã ao tomar essa iniciativa, ultrapassou os limites do corporativo e realizou um amplo trabalho de utilidade pública.

“Contribuímos com informações à imprensa, aos gestores públicos e privados e à população, visto que as informações produzidas pelo setor público eram contraditórias”, destaca. Foram mais de 10 mil matérias veiculadas na imprensa nacional no período a partir dos boletins do SindHosp.

Mesmo com a experiência de mais de 80 anos à época, o SindHosp se deparou com uma crise de proporções inimagináveis e desafios até então inéditos. Para manter a opinião pública informada sobre a realidade vivenciada pela rede privada de saúde paulista no enfrentamento ao coronavírus (os dados até então eram restritos à realidade do setor público) e tentar transformar em números e estatísticas as dificuldades enfrentadas pelos hospitais na assistência aos doentes, o Sindicato começou a realizar pesquisas junto ao setor representado.

30 pesquisas sobre a situação da Covid-19

Os 30 levantamentos sobre a situação da Covid-19 nos hospitais privados paulistas, realizados entre 2020 e 2022, permitiram acompanhar, por exemplo, as curvas ascendentes e descendentes das taxas de ocupação dos leitos clínicos e de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), do tempo médio de internação, faixa etária dos internados, problemas paralelos vivenciados pelas instituições hospitalares, entre outros indicadores.

Com os resultados, o SindHosp buscou resolver no menor tempo possível os problemas enfrentados pelos hospitais durante a pandemia. Além dos resultados e gráficos comparativos das pesquisas realizadas pelo SindHosp ao longo da pandemia, o livro traz um raio X da crise, como sua evolução e involução, a situação da assistência hospitalar no início do surto, o papel dos hospitais de campanha, o represamento assistencial, o desenvolvimento das vacinas, os impactos sociais e econômicos, detalha a Proposta Saúde São Paulo e mostra a importância dos movimentos solidários que fizeram a diferença em prol da população mais vulnerável.

O livro traz depoimentos de algumas personalidades, como do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; do ex-ministro da Saúde, Arthur Chioro; do presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), César Eduardo Fernandes; da pesquisadora e membro da Academia Nacional de Medicina, Margareth Dalcolmo; da diretora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Eloisa Bonfá; e do CEO da Rede D’Or, Paulo Moll.

O objetivo do Sindicato com a publicação é preservar a memória dos acontecimentos da pandemia para que as informações não se percam, contribuir para o aprimoramento do SUS, fomentar o desenvolvimento do setor privado de saúde, promover o desenvolvimento do parque industrial e tecnológico do país através de políticas públicas que insiram o setor saúde em uma agenda de desenvolvimento econômico e social e, sobretudo, promover a integração público-privada da saúde.

Fonte: Fehoesp

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